No parto natural o corpo se prepara para “expulsar” um ser que se encontra preparado para viver fora do útero materno. Embora muitas mulheres vêm optando pelo parto cesariano, por temer da dor que o natural vem a provocar. Quando esta dor é necessária, pois é um sinal que o momento para o nascimento do bebê chegou.
Vários investigadores têm vindo a sugerir que a satisfação com e a qualidade da experiência de parto é susceptível de influenciar o bem-estar psicológico da mulher, bem como a adequação da sua interação com o bebé. Portanto um bom preparo psicológico vem a influenciar no momento do parto natural. Sendo assim, se faz necessário uma intervenção preventiva, a ser eventualmente realizada pelos profissionais de saúde, com o intuito de providenciar circunstâncias que sejam mais positivas para a mulher.
O parto é um acontecimento muito importante, porém muitas mulheres relatam os sentimentos negativos que vão vivenciando no decorrer do trabalho de parto. Esses sentimentos são decorrentes da dor. Na história da antropologia, a interpretação cultural da dor remonta às mitologias primitivas e arcaicas que tinham uma concepção dualista: bem e mal. A dor é uma das dimensões mais preponderantes da experiência de parto, dado que a maior parte das mulheres espera vir a sentir e sente muita dor por essa ocasião. Não obstante sentir dor durante o parto, a maior parte das mulheres reconhece que essa experiência teve implicações positivas, pois deu lugar a uma maior competência para lidar com situações posteriores de stress e de dor.
A dor vem causando sofrimento, ansiedade e insegurança para a gestante, e dificulta toda a evolução do parto. A mulher acaba não colaborando com os profissionais que a acompanha, e foca na dor, ao invés de perceber o processo que está vivenciando, necessário para que seu filho venha a nascer e a mesma experimentar o prazer de ter sua criança em seu colo.
Portanto vale salientar que a introdução de novas tecnologias não é por si só suficiente para proporcionar uma experiência de parto mais satisfatória para a maioria das mulheres. É necessário continuar os esforços dirigidos à humanização dos cuidados de saúde, nomeadamente no sentido da presença da família da grávida, que aumenta o conforto e satisfação da mulher no parto, da redução do nível de dor, que garante o mais adequado envolvimento emocional e relacionamento da mãe com o bebê, e da maior preparação e participação da utente, que permite a formulação de expectativas mais realistas promotoras de um maior controle e participação positiva na situação. Se preparar psicologicamente, conhecer todo o processo que irá vivenciar faz toda a diferença.
Fabricia Costa - Psicóloga
CRP: 13/5983
Especialista em Psicologia Cognitivo Comportamental
